sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Ano novo

Façamos do nosso ano novo, não os votos, não as promessas, não os desejos. Façamos não as listas, não os planos, não os sonhos. Façamos, não as esperanças vãs que morrem no dia seguinte. Façamos dos votos, das promessas, dos desejos, das listas, dos planos e dos sonhos, combustível novo e renovável.

Façamos de novo os pedidos, talvez os mesmos velhos pedidos, mas com a novidade do que nos tornamos depois de mais um ano. Relembremos das listas passadas, e ponhamos na conta os aprendizados, não para nos gloriarmos e acharmo-nos melhores. Mas, para fazer uso disso no ano próximo.

Ele está aí, de novo, na nossa cara, com seus números novos: 2010. O que esperamos dele, e o que ele espera de nós? O que faremos com todos esses votos que todo ano damos e recebemos?

Façamos realmente novo este nosso ano. Renovemos a esperança vã, sim. E porque não? Façamos listas, tenhamos objetivos, criemos metas ainda mais altas, corramos atrás de tudo isso... Mas esqueçamos, não de que o que nos move nessa busca insana não é a felicidade de nós mesmos, mas o amor pelo humano. É a pura preservação dessa espécie tão maravilhosamente ambígua.

2010 é nosso, celebremos este ano com a novidade que um rebento nosso merece. Preservemos a espécie, mas nos esqueçamos, não da sua necessária evolução. Façamos do nosso ano novo, melhor.

domingo, 25 de outubro de 2009

Muito obrigada!

O curso que me influenciou a criar este blog, acabou. É uma pena, por um milhão de motivos: por ter sido um período de grande aprendizado e de muito prazer; pelas discussões inspiraodras que tinhamos em aula; pelo o professor que tínhamos, excelente modelo do que se espera de um educador, ou melhor dizendo, de um educomunicador, além de ser um exemplo em muitos outros aspectos da pessoa humana; pelo diálogo com autores relevantes, especialmente para o momento em que vivenciamos educação no nosso país (momento de muito blablablá sobre teorias de ensino aprendizado e pouca prática no tocante ao uso dessas teorias). Enfim, poderia passar horas elencando o quanto o curso me foi útil e prazeroso, e sei que quem pode ser agraciado com estes momnetos, não só sabe do que estou falando - e neste momento me eximo de todo e quelquer preciosismo que essa minha fala possa remeter, como já sente saudade dos bons mementos que passamos juntos presencial e virtualmente.

Mas, melancolias a parte, venho aqui dizer que emobra o curso tenha acabado, em virturde do meu inacabamento (tomo aqui emprestado Paulo Freire) e da consciência que tenho disso quero continuar alimentando estes momentos de reflexão e voltando ao sentido inicial do blog, pretedo daqui pra frente, continuar minha aventura virtual e deixo este espaço aberto para relatar estas minhas aventuras e as outras que vivo no contexto educacional do qual faço parte. É provável que as últimas sejam alvo de mais discussões que as primeiras pois esta é minha paixão maior no momento. Agora, como as paixões muitas vezes são passageiras, é  possível que outros temas ganhem espaço no decorrer do tempo. Mas, falemos do hoje, porque é o que interessa nesse mundo cotemporâneo, em que o tempo é fugidio e escorre de nossas mãos numa velocidade assustadora.

Hoje, literalmente hoje, quero agradecer entusiasticamente o culpado dessa minha existência virtual (falo de minha existência blogueira, se é que posso me denominar assim). Muito obrigada prof. Ênio, por esta nova porta que você me abriu.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Como fazer o dia nascer feliz?





Foto: http://www.evandroteixeira.net/html/brasil/index1.htm

O cinema brasileiro tem se mostrado cada vez mais atual, e adquirido a cada nova produção reconhecimento e relevância na sociedade contemporânea. João Jardim, cineasta carioca, tem se destacado nesse contexto. Pro dia nascer feliz, seu segundo longa-metragem, recebeu nove prêmios, entre eles o especial do juri no 10° Cine - PE.

O documentário trata da educação no Brasil retratando com muita sensibilidade os protagonistas do cenário educacional de nosso país (os adolescentes e os educadores). Nele são narradas histórias de meninos e meninas de três estados brasileiros: Pernanbuco, Rio de Janeiro e São Paulo. As histórias são contadas por seus próprios autores. A genialidade do diretor está em dar voz a estes que tão pouco são ouvidos pela sociedade. Eles falam sobre seus sonhos, seus medos e suas realidades. Falam da angústia e da ansiedade em descobrir quem são e o que desejam pro futuro. Falam de como lidam com as circunstâncias de suas vidas e do que estão fazendo pra alcançar seus objetivos, pra realizar seus sonhos.

A obra também cede a palavra aos educadores - professores e diretores escolares - que lidam com o caos de educação nacional, especialmente da rede pública de ensino, e que pouco recebem em troca. Que não são reconhecidos e que são alvo de quase nenhum investimento, por parte do Poder Público e da própria sociedade.

Por meio dos depoimentos de educadores e alunos o cieneasta traz à discussão a situação real da escola brasileira contemporânea, colocando em xeque as metodologias, a visão educacional, os recursos (ou a falta deles), o despreparo dos professores e demais responsáveis pela educação, entre outras questões.

Ao tratar do tema, o diretor destaca ainda a discrepância de nossa sociedade, quanto à divisão de recursos. Faz um paralelo da alta sociedade com a mais precária realidade do interior nordestino e da periferia de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Com isso discute também, a vulnerabilidade social levantando temas como: pobreza, drogas, criminalidade e violência. Pela voz de meninos cariocas e de uma menina paulista, que apesar da pouca idade já estão totalmente envolvidos com o mundo do crime, questiona até que ponto estes garotos e garotas são algozes ou vítimas e qual a responsabilidade da sociedade e da família na formação ou na deformação destes adolescentes.

Em seus 88 minutos, o filme abre as portas para todas estas discussões e ainda uma fresta para observarmos a família contemporânea com suas estruras corrompidas; suas relações, muitas vezes, truncadas;  suas deficiências e ausências.

É com os depoimentos emocionados da menina Ciça, com sua força, maturidade, intrepidez, seu auto-controle, sua sabedoria de parar pra olhar pra si mesma. E os emocionantes como o da menina Valéria com sua doçura, singeleza, inteligência, genialidade e com toda a graça, fineza e perspicácia, e a veia política de sua poesia. E ainda, com os depoimentos chocantes como o da menina-assassina e a frieza de uma chuva com que ela conta seu ato torpe e cruel, com o espatoso desdém que tem em relação à vida humana - à do outro e à sua própria, que João Jardim traça o perfil da nossa juventude e no lugar de respostas, nos mostra o espelho.

Isso tudo foi discutido nas aulas de Tecnologias Aplicadas ao Ensino, do curso de Prática e Vertentes do Ensino-aprendizado da Língua Portuguesa e da Literatura. Debatemos como responsáveis que somos pela educação brasileira. E pensamos um pouco sobre nosso papel, enquanto professores, na educação de nosso país, e na formação da sociedade e dos nossos pequeninos (estes nossos mistos de menina e mulher, de menino e homem, que são nossos jovens).

A discussão foi enriquecedora por nos fazer refletir sobre o nascer dos novos dias, buscando fazer um dia que nasça feliz.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Eu, você e o espaço


Na aula de 05 de setembro, tivemos uma aula sobre fotografia. Como experiência, junto com os colegas da outra turma fomos desafiados a fotografar conforme as orientações dadas em aula. Foram formadas duplas e cada uma deveria explorar um dos conceitos citados. Eu e Miliane trabalhamos o elemento espaço. Foi interessante estar com uma colega de outra turma e aplicar o conceito aprendido em aula, trocando idéias novas com gente nova. Valeu Miliane!

A foto aqui exibida foi feita por mim em um dos acessos da estação Barra Funda do metrô de São Paulo. O túnel fotografado, a disposição das pessoas no local e o ponto de onde foi tirada a foto, destacam o espaço, tornando-o elemento principal nesta imagem. Temos ao mesmo tempo noção de profundidade e amplidão. A limpeza da imagem no plano inferior aliada ao design arredondado da cobertura do túnel, destaca esta idéia de aplitude. Já a localização das pessoas no plano superior da imagem, mais ao fundo do túnel, bem como o ângulo do qual a foto foi feita trazem a idéia de profundidade.

Agora convido você a viajar um pouquinho comigo. É que quando olhei esta e outras fotos que tiramos naqule dia, fiquei pensando na nossa relação com o espaço em que vivemos. E algumas indagações surgiram pra mim, que agora transfiro à você. Como tem sido sua relação com o espaço, com o ambiente: Você tem ampliado suas possibilidades de ir e vir? Você tem interfirido nele de maneira profunda, ou você só pensa na superfície na qual você transita? Qual tem sido sua preocupação quanto ao espaço que terá quando você chegar lá no fim do túnel? Ou pensando pelo outro lado, quando você vem de lá do fundo, o que você espera encontrar, um espaço amplo, limpo e organizado ou um aglomerado de coisas obstruindo a passagem?

Pensar sobre isso, pode até parecer clichê, mas é fundamental. E vale pro espaço do ponto de vista individual, aquele que você realmente usa, e transita, e come, e dorme, e levanta, e mais uma vez transita, e usa. E tambem do ponto vista planetário, o espaço pelo qual você enquanto ser humano, racional e pensante (e todas as demais redundâncias possíveis), é responsável. A maneira como agimos no espaço que usamos hoje muito provavelmente determinará o espaço que encontraremos no futuro. Além disso, a maneira como agimos nos pequenos espaços que nos são dados  para habitar enquanto indivíduos, determinam a maneira como encaramos o nosso papel diante do espaço que temos enquanto humanidade.

Acho interessante tambem, pensar na idéia do túnel  rementendo ao tempo. O começo do túnel é sempre o presente, e o fim, o futuro ou o passado (depende de que lado saímos ou entramos). De qualquer maneira, se estamos seguindo adiante ou voltando para o passado, o que encontramos no fim do túnel acaba dependendo do presente, do que fazemos hoje. É certo que os que nos antecederam não consideraram o espaço que habitaram com a responsabilidade que lhes cabia, e hoje temos de lidar com inúmeros problemas ambientais.

Recebemos esta herança, mas não precisamos continuar esse legado pouco limpo e desleixado. Podemos reformar a casa e preservá-la, plantar nossos jardins e cultivá-los, e com isso transformar o legado que vamos deixar para as gerações futuras.

sábado, 12 de setembro de 2009

Elementos fotográficos em Evandro Teixeira

Em Enterro do Anjinho percebemos a linha como elemento principal. O movimento horizontal mostrado na foto nos remete à idéia de movimento de ida e vinda. Outro elemento muito explorado nesta foto é o espaço. Ao observar a imagem temos uma idéa de amplidão muito relacionada com  a linha horizontal e a noção de profundidade adiquiridas pelo ângulo em que foi feita a foto.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Verdade seja dita...

Da última vez não contei o que realmente me convenceu a me arriscar no mundo virtual com um pouco mais de ousadia do que já tinha feito. Mas agora devo dizer. Acontece que tenho tido aulas de Tecnologia Aplicada ao Ensino, será que preciso explicar mais alguma coisa?

As aulas têm sido ótimas e superado  minhas espectativas. Apesar da minha pouca afinidade, ou melhor dizendo, da minha pouca desenvoltura com o uso das novas tecnologias, sempre considerei interessante sua aplicação no ensino de língua e literatura. Além disso, é praticamente inaceitável um professor desatualizado no que se refere ao letramento digital.

É um disperdício, não se valer de todos os recursos possíveis para ensinar o que não para de mudar nunca, a língua. Se ela é tão dinâmica não é possível produzir conhecimento sobre ela sem estar inteirado das suas ínúmeras possibilidades.  Não podemos eximir as possibilidaes que estão no nosso nariz, mas que não saem de nossa boca porque não as engolimos. O mundo de hoje não aceita e nem deve aceitar, professores descontextualizados.

 Para se contextualizar o ensino de língua é preciso estar contextualizado com o mundo no qual ela se faz. É preciso estar atento também à língua que está fora do livro didático e da estante de biblioteca. Estar atento à língua viva que circula hoje na boca e nos teclados dos nosso alunos. Isto é contextualizar-se com o mundo que se faz agora e com o ensino que se faz hoje para o aluno de hoje.

Falando em possibilidades linguísticas e em possibilidades de ensino, com o professor Ênio descobri mais uma, o blog. Uma possibilidade de produção e interação línguística e excelente recurso para um ensino de língua relevante e afinado com nossa sociedade pós-moderna.

Em nossas aulas vamos usar o blog como recurso educativo, e temos o desafio de  criar possibilidades de ensino de língua e de literatura vaelendo-se dele. Ainda não consegui definir meu projeto, pois realmente são muitas as possibilidades. Mas, o desafio foi aceito.

Vamos à criação de aulas mais tecnoLógicas.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Eu me rendo

Nos dias de hoje, uma mulher de trinta provavelmente tem muita familiaridade com as novas tecnologias. As nossas mulheres de trinta, já estão plugadas, conectadas, logadas, etc. A internet tem se tornado cada vez mais imprescindível à vida moderna. E há um estranhamento às pessoas que, de alguma forma resistem à estas novidades.

As pessoas que não se valem da net como forma de comunicação e socialização, muitas vezes tentam justificar sua resistência, seus medos , sua necessidade de preservação da imagem (em todos os sentidos que esta palavra possa expressar), ou sua pura indisponibilidade para conhecer o novo. Às vezes até têm boas justificativas, mas poucas vezes são aceitas ou respeitadas nesse direito.

Pois bem, andam dizendo por aí que sou tecnofóbica. É que já tentaram de tudo, pra eu me conectar e... Sou uma legítima balzaquiana e realmente nunca gastei tempo com as mídias digitais. Em alguns aspectos relamente sou de séculos passados. A internet só tem sido boa fonte de pesquisa e ponto final. Mas agora pra provar  que não sou isso aí que andam dizendo, vou me arriscar e estou certa que vai ser difícil me desplugar mais tarde. Sei que vou acabar rendida às maravilhas virtuais. Eu sempre dou um jeito de me divertir como que me assusta.

Para os fâs de Balzac, peço que não se ofendam com a conotação que dei ao termo balzaquiana, neste texto. Quem se interessar por este blog vai perceber que tenho muito mais de balzaquiana em seu legítimo sentido.